Cidade de muitas ruas e enigmas, de becos e esquinas, onde se perdem os murais no musgo do tempo. Cidade da noite e da aurora, abrigo de milhares de almas, perdidas no seu crepúsculo, perdidas de sentido e de sonhos. Cidade esculpida no aço e no suor, de ruas sujas e enlameadas, pela dor de lutas diárias. Cidade consumidora de florestas e lagos, devoradora de árvores e pássaros. Cidade ofegante e estreita em que se estreita o pensamento. Cidade esgotada no tempo e ofuscada pela luz das catedrais, Abrigo de pequenos e grandes, prisão de poetas e pensadores, morada de anjos e demónios.
Aladin Van-Dúnem