terça-feira, 27 de julho de 2021

"Virtualismo" minha técnica mista, entre o plástico e o digital, entre o real e o irreal

 

Chamo “Virtualismo” à minha técnica mista entre o plástico, no acrílico, pastel, aguarela, tinta da china ou apenas lápis e o digital onde por vezes a obra se desmistifica e em suas constantes metamorfoses, ganha o significado final. O produto final são virtualizações ou seja projeções da obra original, noutras dimensões de espaço, tempo e contexto. A obra é produzida no real e concluída no irreal...


domingo, 25 de julho de 2021

Orgasm

 


Inside green

 

Por dentro verde


Verde em espírito de liberdade, em espírito de amor e na fresca semente que desce a terra. Verde até aos confins do Universo, até a irmã Lua, verde ao diluir a densa atmosfera tóxica de egoísmo, rancor, e ignorância. Verde como a Terra ao beijar o Mar, verde como a semente germinando da mulher.

Verde na coragem audaciosa com que ultrapassamos os dias cinzentos. Verde em mim, em ti, em nós. Verde no desejo de quem ainda abriga estrelas com cometas no seu ADN. Verde na esperança, pois, de dimensão a dimensão, de universo a universo, de olhar em olhar, no sémen e no sangue e no gene codificado ele irá permanecer, florescer e despontar em vida, ternura e eternidade.

Aladin Van-Dúnem

Play with your brain

 


quinta-feira, 8 de julho de 2021

Cidade Luz

  

Cidade de muitas ruas e enigmas, de becos e esquinas, onde se perdem os murais no musgo do tempo. Cidade da noite e da aurora, abrigo de milhares de almas, perdidas no seu crepúsculo, perdidas de sentido e de sonhos. Cidade esculpida no aço e no suor, de ruas sujas e enlameadas, pela dor de lutas diárias. Cidade consumidora de florestas e lagos, devoradora de árvores e pássaros. Cidade ofegante e estreita em que se estreita o pensamento. Cidade esgotada no tempo e ofuscada pela luz das catedrais, Abrigo de pequenos e grandes, prisão de poetas e pensadores, morada de anjos e demónios.

Aladin Van-Dúnem

 


 

terça-feira, 6 de julho de 2021

C-Virus

 

Primeiro olhamos as estrelas e depois descobrimos o fogo, brincamos ao inventar a roda e tudo passa a girar. Por fim fotografamos o momento e digitalizamos as emoções. Agora que nos sentimos divinos e abençoados pela ciência tecnológica, fabricamos bombas e construímos subterrâneos. No intelecto falamos de I.A e nanotecnologia e na vontade desenvolvemos o vírus e o disseminamos pois continuamos com os olhos postos nas estrelas, mas a nossa mente jaz presa as trevas.

 


 

segunda-feira, 5 de julho de 2021

O despertar do Querubim

 

Na Lua brinca um querubim, entre a Terra e as andorinhas, brinca entre a vida dos imortais e o sono dos mortais. Brinca com o amor que traz esperança e com a luxúria, que mata o desejo. Brinca com o carvão, com que desenha teu lindo corpo nu. Brinca com as cinzas do tempo, brinca entre olhares, entre o meu e teu olhar…



sábado, 3 de julho de 2021

Confinamento

 

Confinam nos, a criatividade e as emoções, ainda na infância. Anulam o nosso despertar com demagogias e imposições. Estagnam o nosso intelecto criativo com aberrações e mentiras. Desenvolvem catedrais à competitividade e ao sucesso e impõem nos, uma religião. E tudo isso nos confina na nossa esfera, opaca que inibe a dor e o pensamento, inibe o prazer e o esplendor. Estamos confinados e já estávamos e continuaremos a estar, sem emoção, apenas no medo quedo e mudo de estar, na nossa esfera opaca onde tudo vem no imediato, já mastigado e digerido, tudo se encontra acessível, instantâneo, online. Tudo no toque do dedo, porem, tudo já gasto, mas ainda a brilhar. Tudo se gera na velocidade do imediato. Já não se contempla a revelação de uma pintura, nem a serenidade nas melodias. Pois, vem tudo a metro e ao quilo. E tudo se torna nada, pois tudo nos está a ser confinado!

 



Um corpo na cidade

 

Corpo colorido em pedra negra e fustigado pelo tempo, lavado em vento e cicatrizado na seiva da terra. É de âmbar, em sua luta firme. Luta por águas e rios cristalinos. Corpo de mar e sereias de melodia no cantar. Corpo de distante lugar, de uma cidade perdida entre o agora e a lua, corpo de cidade e suor com asfalto.